O uso de agrotóxicos e fertilizantes já é a segunda causa de contaminação da água no Brasil. Só perde para o despejo de esgoto doméstico.
O Brasil consumiu em 2005, 365,5 mil toneladas de agrotóxicos, movimentando US$ 4 bilhões de dólares, segundo dados do SINDAG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola).
Ao comprar uma maçã, por exemplo, é impossível detectar o banho de dezenas de pesticidas que ela recebeu.
A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas.
Os agrotóxicos podem promover a intoxicação progressiva dos consumidores e afetar a saúde de trabalhadores do campo que muitas vezes não estão preparados para lidar com esses agentes tóxicos.
Em caso de dúvidas, a população pode entrar em contato com o Disque-Intoxicação da Anvisa. O telefone é 0800-722-6001.
Os transgênicos são organismos geneticamente modificados em laboratório que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo (vegetal ou animal), inseridos em seu código genético visando a obtenção de características específicas. Por exemplo : uma semente é modificada para ter tolerância (resistência) a um herbicida. Então a empresa de biotecnologia vende a semente patenteada (cobra royalties do agricultor) e vende o agrotóxico também.
Acredita-se que os transgênicos podem causar alergias alimentares e diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, entre outras consequências desconhecidas para a saúde humana a longo prazo.
A resistência a agrotóxicos pode levar ao aumento das doses de pesticidas aplicadas nas plantações.
O Green Peace se opõe ao uso de transgênicos na alimentação humana e animal. Para a ONG, os resultados são imprevisíveis, incontroláveis e desnecessários. O Green Peace mantém em seu site um Guia do Consumidor para consulta de produtos.
Segundo o Princípio da Precaução, quando uma atividade representa ameaças de danos ao meio-ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente estabelecidas cientificamente. Afinal, é melhor prevenir do que remediar.
Os principais transgênicos plantados no mundo são : soja (61%), milho (23%), algodão (11%) e canola (5%).
A maioria dos europeus rejeita os produtos transgênicos (pesquisa Eurobarômetro) e consequentemente grande parte dos agricultores alemães são contrários aos transgênicos.
Insetos, pássaros e até mesmo o vento podem transportar o pólen de plantas transgênicas e assim contaminar plantações convencionais vizinhas, ainda que localizadas a grandes distâncias. A contaminação também pode ocorrer pelo uso comum de equipamentos de movimentação e armazenagem e no comércio. Pela evidente dificuldade técnica em proteger os plantios convencionais e orgânicos da contaminação transgênica (coexistência), muitas regiões e alguns países da União Européia foram declarados por suas autoridades como Zonas Livres de Transgênicos. Tal precaução não coloca em risco a saúde dos consumidores, o meio ambiente e é um enorme diferencial competitivo no mercado internacional.
Saiba mais sobre transgênicos (ver vídeo "Invasoras Resistentes" no Globo Rural 14/01/07). Visite o site www.aspta.org.br .
Os alimentos transgênicos comercializados (grãos, óleos, leite e carne de animais alimentados com transgênicos...) devem ser devidamente rotulados para garantir o direito de escolha do consumidor. Isto é o mínimo que se pode esperar das autoridades dos governos, além de informações esclarecedoras para a população. Existem campanhas por um Brasil livre de transgênicos.
1 comentários:
Muito interessante. Infelizmente a população menos favorecida não consegue comprar alimentos orgânicos ou naturais, sendo 'obrigados' a consumir produtos com agrotóxicos e modificados geneticamente. Sem contar com a predominância comercial que introduz e manipula o mercado alimentício. Acredito que a ANVISA fique meio que impotente nesse aspecto, pior cego é aquele que não quer ver...
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